Dente extraído, desatou-se a sangria. O dentista recomendou
ir logo pra casa e colocar gelo. O ônibus nunca demorava; nesse dia demorou. Sangue não parava de sair. Melhor ir de táxi. A corrida ficava nuns dez reais.
Perguntou ao taxista se ele tinha troco pra cinquenta. Tinha. Ainda bem, porque começava
a sentir tontura. Já em movimento, ao ouvir o destino o taxista parou. Mandou descer e pegar outro, na outra rua: aquela era fora de mão. Em desespero, obedeceu, torcendo
para que o próximo viesse logo. Uma mulher chegou e pediu informação. Medo de abrir a boca e causar susto. Lenço na frente, murmurou qualquer coisa. Escondeu rapidamente a mancha vermelha que se formou. Finalmente o táxi. Trânsito difícil. Na
hora de pagar, o taxista não tinha troco para cinquenta.
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