A
mesa simples de madeira está coberta pela toalha xadrez verde e branca. Sinto sob
as mãos a textura macia do pano já envelhecido enquanto espero o almoço.
No
centro da mesa, uma caneca de plástico azul exibe um cacho de rosas vermelhas,
as mesmas rosas minúsculas da trepadeira que cobre o portão da entrada. Essa caneca
eu conheço: é onde costumava tomar meu café com leite todas as manhãs.
Deste
lado das flores, o jarro com suco de maracujá, doce e geladinho; do outro, a
travessa de salada: folhas de alface, rodelas de tomate e fatias finas de
cebola. Sobre o viço dos vegetais o molho de azeite e vinagre espalha seu
brilho saboroso.
Arroz
e feijão já estão no prato. Vontade de começar a comer, porque o cheiro é convidativo. Arroz branquinho, caprichado, ainda soltando vapor. Feijão de caldo
grosso, com pedaços de linguiça defumada, atiçando o apetite. Mas vale a pena
esperar pelo ovo frito, o meu predileto, de gema mole.
Finalmente
aqui está. Uso o canto do garfo para cortar a gema e deixo o líquido espesso se
misturar ao arroz. Ficou amarelo e ainda mais gostoso. Não sei o que é melhor
do que isso.
Talvez
apenas o sorriso da minha mãe a me observar.
―
Está bom, meu filho?
Imagem: http://www.zazzle.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário