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sábado, 5 de julho de 2014

Milagre do Amor

Esta é a história do Cristiano, um rapaz bonzinho que estudava lá na faculdade. Ele tinha uma característica muito especial: não tomava banho!
Se você conseguisse, com algum esforço, abstrair o seu revestimento de sujidade, descobriria que ele era bem bonito, com cabelos loiros ondulados, olhos azuis de bela tonalidade e pele rosada sem imperfeições. Além disso tinha um bom peso para a sua altura e nenhum defeito físico aparente.
Porém tudo isso se encontrava semioculto pela sujeira. Os cabelos ensebados, a roupa em péssimas condições, os pés mal cuidados nas sandálias havaianas cheias de poeira. Ele também não fazia a barba, porque achava antinatural se barbear.
Ouvi dizer que o problema era um trauma. Havia sido obrigado a servir o exército, e lá o forçaram a fazer coisas totalmente contra os seus princípios, como cortar o cabelo e as unhas, fazer a barba e tomar banho todos os dias. Tudo isso o deixou traumatizado, e agora que estava livre só fazia as coisas que o seu coração mandava.
Uma das coisas que o seu coração não mandava era estudar. Ele assistia às aulas e meditava. Afirmava que se você "meditar" não precisará passar horas e horas estudando (como nós outros fazíamos), porque vai entender tudo com muito maior facilidade já que a sua mente estará descansada e disciplinada.
Não sei se a mente do Cristiano era disciplinada, mas descansada certamente era. Todo mundo reparava na expressão os seus olhos, absolutamente tranquilos. Parecia que ele estava sempre contemplando alguma paisagem distante, em total relaxamento e despreocupação.
Uma vez ele me convenceu a assistir a uma palestra lá no instituto de meditações que ele frequentava. O palestrante falou um bom tempo (não me lembro de nada), e no final, para exemplificar a excelência do hábito, perguntou ao meu colega, notório e conhecido meditador:
"Não é verdade que depois que você começou a meditar passou a obter notas muito melhores?"
O Cristiano, que só levava pau em todas as matérias, respondeu:
"Eu exagerei um pouco e meditei demais, por isso não consegui bons resultados..."
O palestrante não se deu por vencido:
"É, realmente, tem que haver uma certa moderação, senão os efeitos benéficos são prejudicados."
O que me lembro bem daquele dia é que na hora de irmos embora tivemos a companhia de uma meditadora conhecida dele. Ela foi contando pelo caminho a sua rotina de meditação, incluindo o fato de comer uma "banana nanica" depois de fazê-lo. Fiquei maravilhada (no sentido da Bíblia) com a preocupação da menina em informar que a banana era nanica. Acabei concluindo que a meditação não era para o meu perfil.
O tempo foi passando e tudo continuava no mesmo. Mas de repente algo extraordinário aconteceu!
Uma colega chegou um tanto assustada e disse:
"Adivinhe quem eu acabo de ver no ônibus!"
"Não faço ideia."
"Vou dizer três palavras e você vai adivinhar na hora: limpo, arrumado, perfumado!
"Cristiano!"
Era o Cristiano. Consta que passou a tomar banho, vestir roupas limpas e até usar desodorante.
Como já deu pra suspeitar, ele estava apaixonado. Finalmente encontrou alguém que o fez esquecer totalmente os seus princípios e ficou interessado apenas em ser aceito como um ser humano comum.
Dizem até que começou a estudar a sério. E todos foram felizes para sempre :)

Imagem: http://www.peanuts.com

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